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UMA BOA GESTÃO PARA A PREVENÇÃO DE PERDAS

Por Anderson Ozawa

Os atuais acontecimentos do mercado relacionados a grandes empresas que entraram com pedidos de recuperação judicial são um alerta: o que pode e deve ser feito para evitar que uma empresa alcance um nível de endividamento que culmine nessa situação?

O varejo é um jogo em que, se você não mudar sua tática, perderá o campeonato, e até o clube! É claro que o varejo é apaixonante, viciante e um dos segmentos que mais atraíram investimentos e talentos nos últimos anos, mas não pode ser tratado como um negócio estático. Você com certeza já ouviu esta frase: retail is detail (varejo é detalhe). É um jogo de margens apertadíssimas, um custo operacional alto e que sofre diretamente com a volatilidade da economia.

Quando analisamos casos como o da Americanas, Marisa e mais recentemente, Amaro, deparamos com a seguinte notícia, com pequenas variações: “em dificuldades financeiras e com altas dívidas, a empresa X pede recuperação judicial”.

De onde vêm essas dívidas? Basicamente, de dois pontos:

  • Ineficiência operacional: as empresas investem pouco ou muito pouco em mapear seus processos para entender como podem melhorar sua operação. Isso envolve desde o processo de compra de produtos até a entrega ao cliente.
  • Ineficiência financeira: como efeito colateral da ineficiência operacional, a necessidade financeira vem para cobrir itens como operações deficitárias, alavancagem para compra de mercadorias ou insumos, entre outros.

Então, o que fazer para evitar que as empresas cheguem a situações assim?

Com uma estratégia de prevenção de perdas corporativa com Foco nas Perdas 360º, as empresas adotam uma cultura de olhar preventivo e de governança por meio do acompanhamento de indicadores de perdas que podem ocorrer no seu negócio, seja em sua gestão de estoques (produtos sem giro, superestocagem, extravios, vencimentos, avarias, por exemplo), gestão financeira (operações com margem negativa, endividamento, descasamento de prazos de recebimento e pagamento, etc.), gestão de produtividade (turnover alto, processos desatualizados, etc.), gestão comercial (margens negativas por produto, produtos novos sem estudo, etc.), entre outros tipos de perda (administrativa, comercial, legal, de imagem e dados).

AÇÕES PRÁTICAS

  • Implantar a estratégia de gestão de riscos para atuar com foco na governança do negócio, com o auxílio de um conselho de administração com membros independentes. Isso não é coisa de empresa grande! É aplicável a todo tipo de negócio. É necessária uma independência e olhar de fora para garantir foco na estratégia e continuidade do negócio.
  • Acompanhar semanalmente e tomar ações para os itens sem vendas a mais de 30, 60 e 90 dias na empresa.
  • Identificar e acompanhar quinzenalmente os produtos com estoques superiores ao respectivo giro de estoque.
  • Identificar semanalmente, por meio de inventários rotativos, as perdas de estoque e tomar ações para redução desse índice.
  • Monitorar as margens de contribuição por unidade de negócio e estabelecer uma margem aceitável. Para aquelas unidades que apresentarem margens negativas há mais de 6 meses, adotar um plano de ação e intervenção para recuperar a unidade. Caso não surta efeito, avaliar qual será a estratégia de manutenção desta unidade.
  • Acompanhar diariamente o PMR (prazo médio de recebimento) e o PMP (prazo médio de pagamento), para atuar com rapidez naqueles clientes que afetam o PMR para cima e negociar melhores prazos de pagamento com os principais fornecedores, sem prejudicar a relação comercial.
  • Nas unidades de negócio, avaliar a eficiência operacional por meio de checklists operacionais e atuar nas inconformidades recorrentes em busca de resultados rápidos.
  • Ainda na eficiência operacional, avaliar com frequência o negócio para identificar pontos de melhoria e usar inovação e tecnologia para ganhos exponenciais. Por exemplo, o uso de coletores de dados para assertividade e velocidade nas operações de recebimento de mercadorias, para apuração de rupturas no ponto de venda e ganhos de eficiência em redução das filas nos caixas.
  • Adotar a estratégia de canais de venda integrados para ganhos de velocidade no giro de estoque (e-commerce, loja física, clica e retira, entre outros). Essa operação otimiza recursos e amplia a capacidade de atendimento ao cliente.

Essas e outras ações devem ser adotadas e permanecer no dia a dia da gestão do negócio para prevenir situações que levem ao que aconteceu e ainda vai acontecer com diversas empresas. O olhar no futuro e na governança garantirá maior segurança na continuidade das empresas.

Anderson Ozawa é consultor de Gestão de Processos e Prevenção de Perdas.

anderson@ozawaconsultoria.com.br

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