Empresa evolui o “fio do futuro” com nova coleção de moletons, agora feitos com 85% de roupas recicladas

Movida a fazer uma moda cada dia mais sustentável e circular, a Malwee lançou, em maio, seu novo “Des.a.fio”, ou seja, um moletom feito com o “fio do futuro”, matéria-prima inovadora no mercado, agora fabricado com 85% de fibras de algodão de roupas usadas e 15% de fibras de garrafas PET, mais uma vez em parceria com o Grupo Eurofios. Em 2022, quando o movimento Des.a.fio foi lançado com uma dinâmica de troca de peças, essa composição do fio apresentava uma proporção de 70% de roupas usadas e 30% de fibra complementar. Agora, as 1.111 peças confeccionadas – para adultos e crianças – estão à venda ao consumidor final.

Para a nova coleção limitada, foram usadas 2 toneladas de roupas pós-consumo – 1 tonelada arrecadada na primeira fase do projeto, no ano passado, e mais 1 tonelada de peças sem condições de uso adquiridas com ações junto à Cruz Vermelha. 

“Com o lançamento do moletom Des.a.fio, nosso desafio foi manter a maciez, o toque e o conforto nas peças, proporcionando a melhor experiência aos consumidores, e uma das nossas grandes preocupações, é claro, era poder aumentar a proporção de circularidade. Como todo processo real de inovação, estamos evoluindo a cada rodada de desenvolvimento técnico. Prova disso é que, na primeira versão do “fio do futuro, lançada no ano passado, a composição das peças de pós-uso era de 70% e 30% de fibra complementar. Neste ano, chegamos a 85%, e isso foi uma grande conquista. Mas seguimos nos desafiando a melhorar esse tecido. Claro que a nossa busca é chegar a 100%. Esse é o desafio que nos motiva!”, diz Renato Martins, gerente de projetos ESG e Comunicação Institucional do Grupo Malwee.

Ele conta que, atualmente, a dificuldade técnica número 1 é garantir uma correta classificação das peças a serem recicladas. “É simples de dizer, mas complexo de fazer. Precisamos assegurar que as composições das malhas usadas sejam as adequadas. Esse fio é elaborado com fibras de algodão, e isso precisa ser bem separado”, explica. A número 2, segundo a diretora-executiva, é chegar a uma malha de qualidade, alcançando um nível em que não haja diferença entre um moletom de origem não circular. A número 3 é ampliar o volume de peças pós-uso arrecadadas para reciclagem, pois a perspectiva é tornar a presença do “fio do futuro” cada vez mais perene às coleções.

“Estamos no caminho, ampliando cada vez mais a rede de técnicos envolvidos na solução. Trata-se de um design de inovação que precisa de todo um ecossistema para funcionar. Quando nos vemos diante de algo que parece impossível, aí, sim, é que nos motivamos, e isso se transforma em um belo desafio!”, destaca.

TOQUE E DESIGN

Em 2023, o moletom traz novidades tanto em sua construção quanto em sua composição. Pensando em uma moda cada vez mais versátil e consciente, os bolsos são individuais e as mangas foram trabalhadas com recortes pespontados para um melhor acabamento. Ele continua dupla face, sendo um lado com aspecto tradicional mescla e o outro mostrando a sua construção desfibrada, que também apresenta uma evolução em sustentabilidade e passa a usar 50% do “fio do futuro”, além de 36% de algodão e 14% de poliéster reciclado na fabricação da malha. Essa nova composição permitiu melhorias na maciez do moletom e aumento no impacto positivo dessa malha para o meio ambiente.

Outro ponto sobre a malha é que sua fabricação contou com o uso de um amaciante de silicone feito com capinhas de celulares descartadas, uma tecnologia inovadora da CHT. Renato Martins diz que a escolha de um amaciante de silicone feito com capinhas de celulares descartadas, utilizando a tecnologia da CHT, ressalta o objetivo principal da Malwee em estabelecer um ciclo completo de circularidade para os produtos do Grupo. 

“Valorizamos a qualidade e a experiência de tudo o que produzimos, garantindo ótimo caimento e conforto. Além disso, estamos comprometidos em reutilizar materiais que já estavam presentes no meio ambiente, possibilitando a criação de produtos circulares tanto no uso do fio quanto no processo de amaciamento, procurando sempre aumentar nosso impacto positivo. 

O uso desse amaciante coroa a ideia que defendemos diariamente: a melhor matéria-prima é aquela que já existe. Seja na moda, seja em qualquer outra atividade, devemos buscar tecnologias que nos permitam aproveitar ao máximo os recursos que já foram retirados da natureza. Acreditamos que isso é possível, mas essa transformação exige uma grande mobilização, muito estudo, tecnologia e recursos financeiros. No entanto, acreditamos que vale muito a pena lutar pelo futuro do planeta”, explica.

Nesse processo todo, mais um elo importantíssimo está envolvido: o dos designers, que têm na Malwee o apoio e o suporte para entender as escolhas de cada material e seus impactos ambientais, como as fibras e as cores que mais requerem recursos para sua fabricação e, consequentemente, mais poluem.

“Para os estilistas da Malwee, nada é mais poderoso do que fazer moda não somente para vestir, e sim para criar histórias e memórias que passam pelas gerações através do tempo; e as peças serem responsáveis por este legado é transformador”, afirma Audrei Russo, diretora de Marcas Adulto do Grupo Malwee.

“O time entende que, a cada coleção criada, ele é responsável por contribuir com a redução de descartes e transformar o que seria lixo em novas peças, tudo alinhado com o propósito da empresa e com o propósito pessoal de cada integrante. Ele se sente ‘autodesafiado’ a todo tempo a buscar alternativas diferentes para, por meio da moda, transformar o mundo em um lugar melhor para viver, por meio de novos processos e materiais, mensurando seus impactos e trabalhando com as diferentes áreas da empresa. É um time inconformado, sempre pensando o que mais pode ser desenvolvido.”

FUTURO DA INDÚSTRIA DA MODA ESTÁ NA RECICLAGEM

Entre 2022 e 2023, a Malwee transformou 4,7 toneladas de roupas recicladas em 3,1 toneladas de malha e 2.611 moletons Des.a.fio, mas a história não começou aí. Há anos o Grupo Malwee investe em iniciativas de sustentabilidade pioneiras no Brasil, como o uso de malha PET na produção de roupas (já retiraram mais de 85 milhões de garrafas do meio ambiente), de algodão desfibrado (produzido a partir da reciclagem de resíduos de malhas) e de processos de acabamento que permitem economizar até 98% do volume de água (como no caso do tingimento das cores neon e da produção de jeans no novo Lab Malwee Jeans). Outro exemplo é a Malha Effect, feita com 88% de poliéster reciclado proveniente de embalagens plásticas. 

“Sobre o ‘Fio do futuro’, que dá origem ao moletom Des.a.fio, salientamos que ele é composto de 85% de fio de algodão reciclado, feito a partir de peças de pós-uso, e 15% de fio PET. Esse projeto nós desenvolvemos em parceria com o Grupo Eurofios, que tem grande experiência nessa frente. Essa parceria certamente continuará. Em nossa história, o processo de inovação sempre foi contínuo e, por isso, sempre estamos em busca de tecnologias que possibilitem trabalhar com outras opções de fibras, mas todas as ideias necessitam de testes para atender aos requisitos de qualidade. Podemos adiantar que a poliamida e outros fios estão em fase de estudos e, em breve, teremos novidades!”, revela Audrei.

CONSUMIDOR DO AGORA

Greg Reis, diretor de Marketing do Grupo Malwee, diz que a empresa tem percebido um movimento muito interessante de maior consciência do consumidor em relação às práticas de ESG, e a resposta ao moletom Des.a.fio tem sido bastante positiva, já que, cada vez mais, as pessoas gostam e querem consumir moda, mas estão atentas às suas escolhas e aos impactos que elas geram. 

“Vamos continuar a produzir peças com o “fio do futuro” e a comunicar esses produtos em todo o país, pois queremos instigar o consumidor a refletir sobre seus hábitos e desmistificar o processo de reciclagem de roupas. Sabemos que temos muito trabalho pela frente, mas o nome ‘fio do futuro’ indica que a nossa visão de moda tem um olhar no amanhã, mas é construído no hoje, com muito planejamento, pé no chão e colocando nosso consumidor no centro.”