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O USO DE IA NA MODA

Inteligência artificial tem se tornado ferramenta importante para criação e desenvolvimento de produtos, mas é preciso saber usá-la com “inteligência”

Desde a popularização dos conceitos de indústria 4.0, um que mais vem despertando a atenção e gerando dúvidas é a inteligência artificial (IA). E polêmicas, muitas polêmicas, como a tomada de empregos, direitos autorais, ética, entre outras, e todas têm razão de ser; afinal, é uma tecnologia em franca evolução, em especial a partir do pós-pandemia. Porém, seu conceito é mais antigo do que imaginamos: começou a embrionar nos anos 1940, quando cientistas queriam replicar, de forma matemática, as funções dos neurônios, mas foi apresentado como inteligência artificial pela primeira vez em 1956, pelo cientista da computação John McCarthy, durante uma conferência da Dartmouth College, universidade fundada em 1769, em New Hampshire, nos Estados Unidos.

(ABERTURA) Imagem gerada por IA a partir de prompts da plataforma brasileira Donna, da Coleção.Moda.

O QUE É INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?

Há várias formas de descrever a inteligência artificial, mas uma delas pareceu mais concisa: IA é uma área da Ciência da Computação que busca criar sistemas capazes de simular habilidades humanas, como aprendizado (machine learning), raciocínio lógico e percepção, tudo por meio de algoritmos e processamento de dados (big data), que trabalham na velocidade da luz. Como dito por Andrew Ng, presidente e CEO da Landing AI, “a inteligência artificial está pronta para transformar todas as atividades, assim como fez a eletricidade há mais de 100 anos.”

2023: O ANO DA IA GENERATIVA

O estudo “O Estado da Inteligência Artificial em 2023”, da McKinsey & Company, destaca este ano como o da inteligência artificial, sobretudo a generativa (GenAI), ou seja, a IA usada para gerar conteúdos como textos, imagens, músicas, vídeos e áudios, como o famoso ChatGPT, e tudo indica que 2024 seguirá essa trilha.

Ainda de acordo com o estudo, as áreas que mais têm demandado a tecnologia são marketing e vendas, seguidas de desenvolvimento de produtos e serviços e nas operações de serviços. Já o setor manufatureiro, em que se encaixa o têxtil e a confecção e envolvem mais trabalhos físicos, como a costura, a IA não deve ter tanto impacto, diferentemente de ondas tecnológicas anteriores. Mas nas ferramentas de criação é uma outra história.

Outro estudo mais recente, lançado pela McKinsey com o Business of Fashion (BoF), o “State of Fashion 2024”, fez uma pesquisa global com executivos da área de moda e 73% deles disseram que a IA Generativa será importante para os negócios no próximo ano, que já bate à porta, e 28% dizem ter experimentado a tecnologia na empresa para o design e criação de produtos, mostrando que ainda há um grande espaço para que a ideia se desenvolva na área criativa. A questão toda é ter a clareza do porquê e para o que utilizar a IA.

A IA NA MODA

Seja na criação, na linha de produção, na pesquisa de consumo, de comportamento, seja no varejo, a inteligência artificial, generativa ou não, já é parte do dia a dia de quem produz moda e tem potencial de transformar essa indústria de várias formas.

Thierry Coutinho e Victoria Bastos, respectivamente, analista e coordenadora dos cursos de Design do Senai CETIQT, elencaram algumas delas, como ajudar os designers a criar e personalizar suas criações, com base em informações sobre as preferências do consumidor ou tendências do mercado; otimização do processo produtivo prevendo a demanda por certos tipos de item, gerenciando o estoque com maior acuidade e reduzindo desperdícios de matérias-primas e a pegada de carbono; análises de dados em tempo real comparando mídias sociais e plataformas de vendas; automatização de tarefas como corte, costura e embalagem por meio de robôs controlados por IA, reduzindo tempo e custos; análise de vendas, marketing personalizado; atendimento ao cliente, catálogos, entre outras.

Mas eles alertam para que haja um balanço entre a velocidade com que a IA produz informações e o volume de produção e consumo, ainda mais agora com as pautas de sustentabilidade se tornando prioritárias. Para Thierry e Victoria, ao alavancar as tecnologias que fazem uso de IA, as empresas de moda podem criar produtos e serviços mais personalizados e de forma mais eficiente e sustentável.

Carlos Fernandes, PreSales Consultant Latam – Brasil da Centric Software, traz um olhar a mais pontos que fazem parte dessa nova realidade, como a antecipação de tendências, a possibilidade de testar a aceitação de um produto ou marca e, ainda, fazer com que os profissionais fiquem mais focados em atividades estratégicas.

“Tendo como base os algoritmos, a IA pode analisar dados de mídia social, blogs de moda, desfiles e até mesmo vendas passadas para “prever” tendências futuras, ajudando as marcas a entender as necessidades de seus consumidores e principalmente ajustar suas coleções seguindo esses dados. Algumas ferramentas de análise de aceitação baseadas na IA podem monitorar as diferentes opiniões dos consumidores nas redes sociais, trazendo muitos “sentimentos” sobre a marca e os produtos, alinhando, assim, estratégias de marketing mais assertivas a seus consumidores. Além disso, todas as tarefas operacionais repetitivas podem ser automatizadas com o uso da IA, permitindo aos profissionais que se concentrem em atividades criativas e estratégicas para a empresa.”

A acessibilidade às ferramentas de inteligência artificial, principalmente a generativa, é outro aspecto crucial à sua democratização. Thiele Biff e Renan Heinzen, fundadores da plataforma Coleção.Moda, voltada à criação de coleções e planejamento de produção, empresas interessadas em adotar a IA devem começar com projetos-piloto menores, que permitem uma integração gradual, ao mesmo tempo que a colaboração entre especialistas em IA e equipes de produção gera mais perspectivas, combinadas a uma avaliação constante de resultados.

Os empresários contam que, quando lançaram a Donna no mercado, uma solução com uso de IA para ajudar os designers na criação de produtos e estampas com variações, bem como a geração de imagens realistas por meio de prompts para enriquecer a visualização do trabalho, a reação dos clientes foi um tanto contida, até com uma dose de ceticismo. Mas à medida que foram demonstrando as possibilidades que a ferramenta proporciona, os designers ficaram fascinados e ávidos para explorá-la.

“É comum ouvirmos preocupações sobre o impacto da ferramenta no trabalho dos designers e estilistas, mas essa apreensão não é necessária. Na verdade, a ferramenta é uma aliada valiosa, atuando como uma facilitadora no processo criativo do estilista, assim como outras ferramentas disponíveis para profissionais de diversos segmentos”, diz Thiele.

Entre as funcionalidades da Donna, os empresários ainda destacam a criação de estampas, localizadas ou rotativas, com a possibilidade de repetição (rapport) e alta resolução; a incorporação de um desenho técnico permitindo a inclusão de cores, texturas e acabamentos; inclusão da peça mais vendida, solicitando variações como decote, manga, etc.; e carregar um arquivo JPEG e solicitar a vetorização, facilitando sua edição em ferramentas de desenho.

“Além disso, está nos planos da empresa lançar novas funcionalidades, como a mesclagem de elementos e a possibilidade de categorização das imagens provenientes de pesquisas realizadas pelos estilistas”, revelam.

Rayama Dias, head de Produto na Audaces, também traz novidades em primeira mão: o lançamento da IA Audaces. Ela explica que o propósito da nova ferramenta é ajudar a materializar a imaginação do designer de moda e, assim, transformar a maneira como os produtos são desenvolvidos, impulsionando a indústria da moda rumo a um futuro mais criativo, sustentável e centrado no cliente.

“Com a IA Audaces, o usuário terá sua assistente de criação exclusiva”, destaca Rayama. “Problemas de prazos apertados para a etapa de criação serão prontamente resolvidos, pois com suas criações dinâmicas e exclusivas todo o processo de criação ficará ainda mais eficiente e ágil, potencializando a criatividade das pessoas. Essa combinação de tecnologia com criatividade promete trazer benefícios significativos tanto para os profissionais da moda quanto para os consumidores finais.”

Ricardo Ramos, diretor de P&D na Audaces, reforça: “dentre as diversas possibilidades de aplicação da inteligência artificial no segmento da moda, nós acreditamos e estamos investindo nessa tecnologia”.

Outra solução com uso de IA desenvolvida aqui no Brasil é a Doris, fashiontech voltada ao varejo e e-commerce de moda. Com apenas duas fotos do corpo (uma de frente e outra de lado), o consumidor entra no provador virtual e experimenta as peças de interesse da loja escolhida (e-commerce).

Utilizando uma tecnologia própria, que une computação visual e inteligência artificial, a extração automática das medidas leva 08 segundos e garante uma eficácia de 96% de precisão. Dessa forma, os compradores podem experimentar diversos tamanhos, cores e modelos e tomar a decisão que mais lhes agradar.

Marcos de Moraes, CEO da Doris.

A partir dessas fotos, a Doris reproduz o corpo do consumidor, mantendo seu tom de pele, e insere as peças por meio da Inteligência Artificial (IA) Generativa. Conhecida como “experience-commerce”, em que se prioriza a comodidade e a conveniência do cliente antes de qualquer estratégia de venda, a tecnologia exclusiva da plataforma oferece um serviço preciso de leitura das medidas e informações do usuário após o upload das fotos. Segundo a empresa, a precisão é muito próxima a 100%. Marcas como Reserva e Zapalla já utilizam.

“Enxergamos na Doris uma oportunidade, entregando todas essas facilidades utilizando a IA Generativa, um dos grandes saltos tecnológicos da atualidade, para o desenvolvimento de uma plataforma de fácil acesso, que permite provar roupas e escolher o tamanho ideal de qualquer lugar. É uma revolução”, diz Marcos de Moraes, CEO da Doris.

Ele ainda comenta que o provador virtual Doris deve ser agregado pelas empresas que desejam implementar o recurso em seu ambiente de vendas, gerando mais assertividade e uma experiência única ao consumidor. Segundo Moraes, entre os principais resultados já comprovados aos lojistas estão o aumento substancial de conversão de compra em 3 vezes, o aumento do ticket médio em mais de 50% e a redução no volume de troca dos produtos.

AUDACES

“A IA, já faz bastante tempo, é presente e vem contribuindo no segmento da moda, dado que os conceitos de IA como algum tipo de inteligência que auxilia ou toma decisões baseadas em determinados contextos são comuns em diversas aplicações no setor de informática.

Incluindo-nos nessa visão há anos, a Audaces apresenta ferramentas inteligentes que auxiliam seus usuários ou automatizam tarefas, como as clássicas ferramentas de encaixe automático de moldes, geração de ordens de corte, BI para auxílio à tomada de decisão, entre outras.

Audaces IA / Divulgação

No entanto, nesta última virada tecnológica, com a ascensão do Metaverso e IA, houve uma explosão de possibilidades relacionadas à capacidade de algoritmos adquirirem funções equivalentes à rede cognitiva dos humanos. Isso levou as pessoas a expressar ideias, perguntas ou desejos em linguagem natural (pela fala ou por teclado) e obter respostas que nos surpreendem (veja as tecnologias da OpenAI, como o ChatGPT). Essa base tecnológica está possibilitando diversas inovações na moda e nas tecnologias que as empresas desse setor estão oferecendo.

Nossa empresa, que respira inovação, está conectada a esse movimento. Já ofertávamos ferramentas para tornar a vida na indústria da moda melhor e mais fácil, como a criação inteligente (Audaces360) e a sala de corte automatizada (indústria 5.0). Agora, inovamos mais uma vez, entregando a capacidade de os produtos conversarem com nossos usuários em breve lançamento ao mercado.”

Ricardo Cunha, CTO e cofundador da Audaces | www.audaces.com

CENTRIC SOFTWARE

“A partir do que o mundo tecnológico expõe, a Centric vem seguindo uma linha de novas funcionalidades e ferramentas que trazem muitos benefícios no processo de pesquisa, criação e desenvolvimento de novas coleções. Podemos destacar algumas ferramentas que agilizam esses processos:

Centric Market Intelligence / Divulgação

Precificação: analisa o comportamento de um produto similar no mercado, com as margens de desconto concedidas, períodos de redução de preços, preços de produtos similares (Centric Pricing & Inventory).

Design generativo: a partir de conectores, o sistema ajusta um novo desenho técnico, oferecendo opções de design para serem aplicadas em um novo produto (Centric PLM).

Otimização da cadeia: por meio de algoritmos preditivos integrados ao PLM para direcionar a demanda e otimizar a cadeia de suprimentos, garante uma produção mais eficiente e uma entrega mais bem ajustada de produtos (Centric Planning e Centric Visual Boards).

Inteligência de negócios: baseada em dados do perfil do produto e o que o mercado oferece, pode fornecer insights, ajudando as equipes de desenvolvimento a tomar decisões estratégicas ou ajustar a estratégia (Centric Market Intelligence).

Analise de dados do consumidor: utiliza IA para analisar os dados para entender melhor o comportamento do cliente, preferências e sentimentos em relação ao produto/marca (Centric Pricing & Inventory).

Otimização de produto: funcionalidade de IA que ajuda na busca de materiais cadastrados em sistema por similaridade (Centric PLM).”

Carlos Fernandes, PreSales Consultant Latam – Brasil da Centric Software | www.centricsoftware.com

LECTRA

“A IA fará parte de tudo o que fizermos do ponto de vista do produto. Essa será apenas a evolução natural da tecnologia. E, quando se olha para a Lectra, realmente nos apoiamos na IA há 16 anos, quando conectamos as primeiras máquinas Vector à internet, em 2007. Desde então, agregamos dados de produção, dados de máquinas e dados de telemetria de todo o mundo, e usamos isso para ter serviços de manutenção preditiva, que permitem aos clientes ter 98% de disponibilidade das máquinas. Isso é usar tecnologia computacional e algoritmos para analisar dados de maneira que um ser humano nunca conseguiria fazer. E temos clientes que terão problemas com suas máquinas e não sabem o que é, mas temos uma peça que aparece antes mesmo de quebrar, que é indicada pela IA.

Lectra Retviews / Divulgação

Quando você olha para produtos como Retviews, que é nosso software de inteligência competitiva que percorre toda a internet em busca de imagens de produtos e produtos de vestuário semelhantes aos que você pode ter em seu portfólio, a fim de obter informações sobre preços e sortimento, isso é IA. Então, apoiamos a IA desde o início.

Tomando como exemplo a Flex Offer, nossa oferta de cloud nesting, testamos profundamente os servidores que hospedariam essa tecnologia para poder fornecer confiabilidade, disponibilidade, capacidade e segurança de dados. Temos parceria com o Microsoft Azure, que é uma das plataformas mais seguras existentes.

Somos muito responsáveis ​​com essa tecnologia. Não tomamos decisões sobre nossas soluções levianamente. Pesquisamos e testamos muito para ter certeza de que estamos selecionando ou construindo tecnologias que funcionarão da melhor forma e tragam segurança de informações aos nossos clientes.”

Leonard Marano, presidente do Lectra Group para as Américas | www.lectra.com

DONNA (COLEÇÃO.MODA)

“Em 2016, a Donna surgiu com o propósito inicial de classificar imagens de pesquisa, visando simplificar a categorização de imagens. Contudo, diante do notável avanço do software de PLM, a empresa optou por revitalizar o projeto em 2022, incorporando novas tecnologias e funcionalidades ao PLM. Nessa segunda fase, a Donna foi concebida com a missão de se tornar uma copilota criativa para designers e estilistas, oferecendo uma abordagem fácil e intuitiva. A integração com o PLM possibilita à Donna facilitar todo o processo criativo, desde o planejamento até a execução da coleção.

A essência da nossa tecnologia de inteligência artificial reside na máquina instruída e treinada no universo da linguagem da moda, diferenciando-a significativamente de outras ferramentas de IA disponíveis no mercado. Ao unir necessidades estratégicas e criativas, a Donna se destaca como uma ferramenta integral. Sua interface é notavelmente intuitiva e amigável, projetada para simplificar e aprimorar o processo criativo.

Destaca-se ainda que a Donna é extremamente acessível e fácil de ser incorporada no ambiente empresarial. Ao adquirir uma licença, qualquer empresa interessada em aprimorar suas criações pode usufruir dos benefícios dessa inovadora ferramenta. A Donna representa não apenas uma solução tecnológica, mas também uma parceira essencial na busca pela excelência no design e na estilização.”

Thiele Biff, CEO e cofundadora da Coleção.Moda, e Renan Heinzen, CTO e cofundador da Coleção.Moda | www.colecao.moda/donna

Estampa gerada do zero, já com o encaixe do rapport, e opção da imagem com variação do decote. / Reprodução Donna

DORIS

“A Doris é uma fashiontech que chegou ao mercado com a missão de impulsionar o varejo e proporcionar conveniência e conforto em uma experiência imersiva e diferenciada. Durante três anos, investimos no desenvolvimento dessa tecnologia proprietária para o segmento em todo o mundo. Para desenvolver o negócio, a empresa estruturou uma equipe experiente, com conhecimento de investimentos em tecnologia desde os anos 1990 e engenheiros e especialistas em deep learning, processo de aprendizado de máquina profundo para que o programa interprete os dados de maneira mais natural. Por meio de duas fotos, o cliente consegue visualizar de forma realista o real caimento da roupa no corpo. 

A plataforma utiliza IA generativa, que pode gerar a prova de itens de coleção com 96% de precisão na recomendação de tamanhos em apenas alguns segundos. Também é importante reforçar que a tecnologia desenvolvida e a precisão que ela entrega no sizing no momento da escolha impulsionam a taxa de conversão das compras on-line, proporcionando mais segurança ao comprar roupas no ambiente digital.”

Marcos de Moraes, CEO da Doris | www.doris.mobi

Plataforma Doris / Divulgação

IA E DESIGN AUTORAL: COMO EQUILIBRAR ESSA EQUAÇÃO?

A exigência de regulações sobre a inteligência artificial é um ponto muito importante que vem sendo discutido, principalmente por questões éticas em seu uso. A criatividade e a autoria de projetos também, onde a indústria da moda se encaixa perfeitamente. Então, como equilibrar essa equação?

Para Thiele Biff, da Coleção.Moda, é crucial lembrar que, mesmo ao utilizar ferramentas de IA, a presença de uma mente criativa é essencial. Por exemplo, solicitar uma estampa no estilo aquarela com influências florais dos anos 1960 requer a orientação de um indivíduo criativo. “As ferramentas de IA funcionam como facilitadoras, ampliando ideias e acelerando sua concretização. A autenticidade do trabalho produzido por meio da IA reside na pessoa por trás da tela, destacando sua criatividade, e não subtraindo-a”, conclui.

A opinião é reforçada no white paper do State of Fashion 2024, que diz que os designers humanos continuarão a ser fundamentais, enquanto a IA generativa permitirá que suas funções sejam orientadas em torno da curadoria. Esse potencial deve ser comunicado claramente aos criativos para garantir que a tecnologia seja adotada sem prejudicar o papel do designer.

O documento ainda diz que, na moda, a habilidade humana e a criatividade são muitas vezes a chave para a diferenciação da marca. Em vez de diminuí-los, a geração de IA usada adequadamente pode liberar os designers de tarefas manuais para se concentrarem no trabalho criativo.

Já para os criativos, o sucesso dependerá do apoio e da infraestrutura dos seus ecossistemas que lhes permitam passar de criadores manuais a verdadeiros curadores criativos. Quando implementada de forma eficaz, a tecnologia pode beneficiar e amplificar o processo criativo, aumentando a capacidade humana e mantendo, ao mesmo tempo, as competências artísticas e o conhecimento dos designers. Em última análise, dizem os especialistas, a inovação centrada no ser humano será provavelmente a utilização mais importante da IA.

Imagem por @zemugen / Foto: Reprodução

AI FASHION WEEK

Para quem é entusiasta da moda produzida por IA, já existe uma semana de moda dedicada à vertente, a AI Fashion Week. A primeira edição aconteceu em abril de 2023, com mais de 400 submissões de trabalhos. A segunda edição aconteceu em novembro, em Milão, e, em dezembro, em Nova York, com júri e premiação. Vale a pena conferir. www.fashionweek.ai/

PLATAFORMAS DE IA GENERATIVA

  • Midjourney
  • Canva
  • DALL-E
  • Adobe Firefly
  • NVIDIA Picasso
  • Stable Diffusion
  • Craiyon

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