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SETOR TÊXTIL: APESAR DE CÂMBIO FAVORÁVEL, EXPORTAÇÕES CONTINUAM EM QUEDA

Importações também recuaram em 9,16%, reduzindo o déficit da balança comercial

Com base em dados oficiais do Ministério da Economia, a Abit aponta que as exportações do setor no primeiro bimestre deste ano foram de US$ 130 milhões, com queda de 12,43% em relação aos US$ 148 milhões registrados em igual período de 2020. Na mesma base de comparações, as importações diminuíram 9,16% (passando de US$ 930 milhões para 845 milhões) e o déficit da balança comercial recuou 8,54%, descendo de US$ 782 milhões para US$ 715 milhões.

Os dez maiores compradores dos têxteis e confeccionados brasileiros nos dois primeiros meses de 2021 foram os seguintes: Argentina, em primeiro lugar, com US$ 31,97 milhões, representando crescimento de 11,05% em relação ao mesmo período de 2020; Estados Unidos, Paraguai, Uruguai, México, Peru, Chile, Colômbia, China e Equador. Variação negativa muito expressiva refere-se aos chineses, que reduziram suas aquisições de US$ 15,94 milhões para US$ 5,72 milhões, num recuo de 64,13%.

Em contrapartida, as importações brasileiras de têxteis e confeccionados chineses caíram 11,26 % passando de US$ 554,19 milhões, no primeiro bimestre de 2020, para US$ 491,80 milhões, no mesmo período deste ano, quando representaram 58,20% de todas as compras do Brasil na área. Os dados demonstram o peso da China no déficit da balança comercial brasileira do setor.

PRODUÇÃO FÍSICA

A produção de têxteis cresceu 21,7% e a de confecção 6,7%, em janeiro, em comparação com igual período de 2020. Em 12 meses, contudo, têxteis recuaram 5,1% e a confecção despencou 23,3%. O resultado isolado de janeiro é positivo, mas é necessário avaliar o que virá depois, já que os efeitos da falta de auxílio emergencial neste início de ano e alta na inflação, sobretudo de bens essenciais, devem refletir-se na redução do consumo, com impactos na produção. Soma-se a isso, a nova e mais violenta onda de Covid-19 por todo o país. A situação, portanto, segue permeada de incertezas.

A indústria brasileira como um todo elevou a produção em 2% em janeiro, ante igual período do ano passado, e recuou 4,25% em 12 meses. A indústria de transformação, nas mesmas bases de comparação, registrou alta de 2,3% e redução de 4,6%, respectivamente. Das 25 atividades analisadas pelo IBGE, 17 apresentaram variação positiva no primeiro mês de 2021.

EXPECTATIVA DOS EMPRESÁRIOS

Na “Pesquisa Conjuntural Abit” de fevereiro, 51% dos empresários do setor reportam produção acima do nível esperado, ante 63% no mesmo mês de 2020, quando a pandemia da Covid-19 ainda não havia chegado ao Brasil e à maioria dos países. No segundo mês do ano, 63% acreditavam em aumento nas vendas, em 2020, ante 53%, em 2021.

No ano passado, 7% das empresas pretendiam fazer demissões. Agora, são 10%. Um dado interessante é que, na pesquisa de fevereiro deste ano, 30% dos entrevistados disseram acreditar em investimentos acima do que haviam planejado. No mesmo mês de 2020, o indicador apareceu em 32% dos depoimentos. Importante destacar que o avanço da nova variante do coronavírus impactou de forma inesperada o país, provocando as sequências de restrições do comércio e da circulação dos consumidores em vários estados o que deve alterar sensivelmente as expectativas para março caso a crise sanitária não seja revertida nas próximas semanas.

Fonte: Abit

Ilustração: Business photo created by onlyyouqj – www.freepik.com

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