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“INFORMAÇÃO E GESTÃO VALEM MAIS DO QUE A SORTE”

Em entrevista exclusiva à Costura Perfeita, uma das fundadoras e CPO da Tátil Inovação, Mirtis Fernandes, falou o que pensa sobre os aprendizados que a pandemia da Covid-19 trouxe ao mercado brasileiro de confecção e, a partir deles, como se preparar para uma segunda onda. Confira.

“Eu sou uma otimista por opção, acredito que olhar o lado positivo de qualquer situação nos faz encontrar o caminho para neutralizar ou, pelo menos, minimizar o negativo, porém não sou maluca. Não ignoro os fatos, e minha opinião sobre a segunda onda é que ela virá, porem desprovida da arma mais potente que a primeira trouxe: o desconhecimento.

Não podemos comparar quem éramos em março de 2020 com quem somos agora: não conhecíamos nada sobre o vírus, tínhamos modelos de negócios que não contemplavam o distanciamento, não acreditávamos na tecnologia como ferramenta essencial de sobrevivência humana e econômica e, mesmo assim, ainda estamos aqui.

É obvio que houveram perdas, mas os avanços também foram enormes, e esses avanços aconteceram em meio ao susto e desespero. Hoje, acontecendo uma segunda onda, as medidas sanitárias serão as mesmas: distanciamento, restrição de circulação, lockdown, etc, mas as medidas empresariais serão completamente diferentes. A reação por parte das empresas será mais rápida e mais efetiva. Já sabemos trabalhar a distância, já confirmamos que vender por WhatsApp funciona, já descobrimos que mudar o horário da empresa diminui a circulação em horário de pico, já aprendemos a fazer reuniões on line, já entendemos que, no mundo dos negócios, a informação e gestão vale mais do que a sorte.

“Se houver uma segunda onda, muitas empresas não terão fôlego”. Ouço muito isso, e fico me perguntando o que essas empresas estão fazendo agora, já que a primeira onda não acabou. Não voltamos ao ponto zero, ainda convivemos com o vírus e, considerando isso, chego à conclusão que temos dois tipos de empresários:

1) Aquele que respeita a nova realidade e trabalha para que seu negócio seja saudável em um cenário doente. Esse empresário usou e usa o profissionalismo como recurso e criou formas de manter seu negócio funcionando mesmo com o vírus circulando. Esse empresário, em um caso extremo, muda o modelo, o produto, o foco, mas não morre. No final da pandemia, certamente essas empresas estarão mais fortes, mais criativas e mais dinâmicas, então o resultado a longo prazo será muito positivo.

2) Aquele que ignora a realidade e trabalha para que seu negócio, que sempre foi doente, sobreviva em um cenário de instabilidade. Para isso, ele usa o drible, a falcatrua e até mesmo a falta de respeito ao cliente e equipe como recurso de sobrevivência. Esse empresário não só não sobreviverá a uma segunda onda como, em muitos casos, está fomentando uma nova crise sanitária, e considerando isso não é de se lamentar que ele seja obrigado a encerrar as atividades, dando assim espaço para que mais empresários do “tipo 1″ surjam e se fortaleçam, o que significa que, a longo prazo, para o mercado, o resultado também será positivo.”

Foto: Divulgação


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