Implantado em 1992, numa época em que iniciativas de valorização humana eram raras nas relações de trabalho, o PPR da Buddemeyer é um dos responsáveis pelo sucesso da empresa que está completando 70 anos, tem um nível baixíssimo de rotatividade – cerca de 60% dos funcionários têm mais de cinco anos de casa -, cresceu 30% em 2020 e deve fechar 2021 nesse ritmo

Por ano, os 1.200 funcionários da Buddemeyer podem receber até três salários adicionais da marca que é referência nacional e internacional em roupa de cama, mesa e banho. E faz quase 30 anos que isso acontece. Em 1992, numa iniciativa inovadora para a época e em meio a uma forte crise, a Buddemeyer implantou um Programa de Participação nos Resultados que ajudou na recuperação da empresa, tornando-a competitiva, sustentável e moderna e que até hoje influencia seu crescimento. Hoje, a Buddemeyer tem duas fábricas no Brasil, uma na Argentina e outra no Paraguai, exporta para mais de 30 países, tem um braço no varejo, a Casa Almeida, com 14 lojas, cresceu 30% em 2020 e em 2021 espera manter o ritmo de 25/30% de crescimento dos últimos anos.

“Os primeiros anos foram penosos. Era preciso mudar a cultura da empresa, desde os gestores e autores da ideia até o funcionário no chão de fábrica. Mas valeu a pena. Hoje, quando olhamos a empresa que era e a Buddemeyer que nos tornamos, temos certeza do acerto do programa. Construímos uma relação entre capital e trabalho pautada no estímulo e no compromisso mútuo em busca da qualidade“, diz Evandro Muller de Castro, que está na Buddemeyer desde 1984 e atualmente é membro do conselho. Para se ter ideia, quando o PPR começou, o índice de perda da produção era de 13% e hoje não chega a 3%, percentual abaixo dos 3% que a literatura da indústria têxtil já considera difícil de atingir.

Segundo Castro, isso se deve, basicamente, aos Grupos de Melhoramento Continuo, que são um dos pilares do PPR. Baseado no método Kaisen, os colaboradores se dividem em grupos e participam ativamente da gestão da empresa, apresentando ideias e sugerindo inovações e soluções, sendo que as melhores são premiadas e /ou implantadas. Os colaboradores também são premiados pelo atingimento de metas pré-estabelecidas pela área. Ou seja, cada área da Buddemeyer estipula suas metas e índices e enxerga o outro setor como cliente. “É o mérito coletivo que conta. Fiação, tinturaria, tecelagem, costura, todos têm um índice de produtividade a ser conquistado e a remuneração adicional definida pelo programa depende dos esforços coletivos“, explica o membro do conselho.

BAIXA ROTATIVIDADE TAMBÉM EXPLICA SUCESSO DO PROGRAMA

Rafael Buddemeyer (foto), diretor comercial, acrescenta que os cálculos são feitos mensalmente, que os valores adicionais são pagos a cada seis meses, mas que os resultados do PPR são percebidos no dia a dia. “É um clima ótimo e um sentimento de pertencimento. Não é só uma questão de engajamento e, sim, de se sentir dono do negócio, responsável pela qualidade, melhoria contínua e combate ao desperdício”, diz. O reflexo é o menor índice de rotatividade de pessoal de São Bento do Sul, onde operam duas fábricas da Buddemeyer, sendo que 60% dos funcionários tem mais de 5 anos de casa.

Aliar a inovação tecnológica e a busca incessante pela qualidade ao respeito às pessoas e ao meio ambiente sempre foi prioridade para a Buddemeyer, e o Programa de Participação nos Resultados tem mantido a empresa fiel a essa filosofia. “Nosso parque fabril tem tecnologia de ponta. Utilizamos modernos processos de biotecnologia no tratamento de efluentes de modo que toda água utilizada nos processos industriais volta tratada ao ambiente, e grande parte dos resíduos gerados é reciclada ou utilizada como combustível na caldeira. Mas nosso verdadeiro orgulho é a entrega de um produto de altíssima qualidade, resultado de muita dedicação e comprometimento dos nossos colaboradores“, conclui Buddemeyer.

O Programa de Participação nos Resultados da Buddemeyer começou em 1992 e já distribuiu 20% do resultado líquido da companhia médio por ano entre os funcionários, possibilitando em muitos casos a realização de sonhos dos colaboradores, como a compra da casa própria, melhor educação aos filhos ou viagens especiais.

Foto: Divulgação / Buddemeyer